Ela não sabe exatamente identificar como superar alguém, acho que deve estar no caminho né?!... Uma coisa ela aprendeu, o primeiro passo para que isto aconteça é escolher esquecer, aceitar a situação e desistir. Mas aí vem o maior problema de todos, o que gera o conflito dentro dela, DESISTIR não parece nobre, porque pra desistir de alguém a gente precisa perder até aquele 0,01% de fé, que ela já não tem faz muito tempo e também entende que pra desistir de alguém a gente precisa desacreditar que qualquer resquício de sentimento exista, e ela também já não acredita mais nisso.... Então, não sabe por que cargas d’água ela não consegue desistir. Talvez porque isso não combine com seu perfil, vai saber!...
Mas aprendeu que nem todo o sentimento bonito pode ser chamado de amor e poucas pessoas conhecem a nobreza desse sentimento e assumem isso.
Ela prefere pensar, e acha que não pensa errado, enfim, prefere pensar que algo de bom deixou na vida dele, mas que infelizmente não “serviu” para carregar a braçadeira de capitã, percebe que não se encaixou no perfil, não era o ideal de mulher para manter, para querer. Sem menosprezo nenhum a ela, só não se adequava ao o padrão dele, ela não servia para caminhar de mãos dadas, por algum motivo que ainda não compreende.
Mas o que a intrigava era a utilidade dela no “escuro”; Seja em um quarto, no carro, no MSN, no bate papo do Facebook, no telefone. No escuro, escondida, entre eles dois ela sempre tinha mil utilidades e mil afinidades, eles caminhavam de mãos dadas no escuro, se ajudavam no escuro, riam um do outro no escuro, ouviam musica no escuro, eles até já transaram no escuro sabia?! Sem falar no ombro amigo, nas palavras de apoio, nas histórias divertidas, na Cia durante o trabalho, nas opiniões sobre todos os aspectos cotidianos, ela pode sentir a sensação de aventura que o escuro provocava nele! Ela sempre foi uma aventura!
Ela se pergunta até quando ele vai fingir que fez a escolha certa?! Desejar uma pessoa por tesão, enquanto se tem outra ao lado é algo que a faz refletir sobre até que ponto consegue-se separar, tesão-amor-paixão-carinho, etc.... Não é só tesão, um dia foi, hoje depois de tudo não pode ser, existem bundas mais duras e desempenhos sexuais melhores espalhados por aí, talvez seja mais confortável a tentativa com ela, afinal ele não precisa mais conquistá-la, ela gosta dele de graça, por nada.
E questiona também até onde vai o ego, que faz com que alguém utilize um sentimento tão bonito que outro carrega, em benefício próprio, só pra poder “descarregar” as energias e variar o cardápio. Até onde vai a consideração por tudo que se viveu, por todas as trocas já feitas e por toda a relação construída até hoje, que ele vive se desculpando pelo sentimento que não sentiu, não sente nem nunca vai sentir, mas ao mesmo tempo sempre perguntado se aquilo é verdade e se esse tal de amor para com ele ainda existe e dessa maneira confirmando o óbvio, o que já foi dito e provado.
Até onde vai a ingenuidade e quando isso pode começar a virar conveniência, que alguém não enxerga que a entrega por ela justificada por química e tesão é uma maneira burra de andar pra trás só pra sentir que está ao lado dele novamente, mesmo que por uma noite ou algumas horas e consciente de que o dia seguinte será absurdamente difícil pela humilhação de olhar-se no espelho e saber da fraqueza que existiu na noite anterior, que permitiu que todas as feridas já causadas por ele fossem esquecidas e esmagadas pela superioridade do que ela sentia.
E constata que o medo dela em desistir de tudo isso, é diretamente proporcional ao medo que ele sempre teve de insistir em tudo isso. Assumir ela e qualquer mínimo sentimento nunca estiveram nos planos dele, mas talvez sempre existisse na vontade oculta. Em todas as vezes que afirmou claramente a magnitude da amizade que construíram, era uma maneira de esconder qualquer coisa diferente daquilo que se tinha! Era acabar com qualquer perspectiva de relação mais efetiva, mesmo deixando bem claro a química, a afinidade... etc. Ele sempre foi craque em separar sentimentos, hoje ela sabe que alguns foram também escondidos além de cuidadosamente segregados.
Ela entende que hoje, para desistir é melhor acreditar que tudo bem, ele nunca sentiu nada, era realmente só tesão e se não dá pra despertar nada além disso nele, melhor desistir, melhor desejar felicidades ao casal, perfeito, intocável, calculado e milimetricamente nas normas, dentro do controle de qualidade. Não existe mais sensação de fracasso, existe a lástima do desperdício de sentimento e do prejuízo emocional.
Doar-se para alguém não é feio e não é errado, desistir de alguém e do amor que se tem por essa pessoa provoca uma dor maior do que qualquer arrependimento, uma dor diária e que aos domingos solitários, quando chove fica insuportável, mas dizem que passa, e na verdade passa!
Portanto ela deleta aquele 0,01% de fé, joga fora os restos de sentimentos, não alimenta ódio, mágoa e nem rancor. Despede-se da vida dele, de qualquer coisa que lembre a existência dele, para reunir os pedaços e reconstruir o coração, e desejar que aquela garota, sabe?! Aquela digna da braçadeira, que ela faça ele tão feliz, mas tão feliz que ele jamais pense em enganá-la algum dia por uma bunda um pouco maior e um pouco de tesão!
UM TEXTO ESCRITO NA CIA DE LÁGRIMAS! Meus amigos adoraram, muitos se identificaram, outros compreenderam porque o brilho do meu olhar andou meio ofuscado! :)
